Itararé, Cidade de Artistas - O Rock Aqui é Rota Sul

Itararé, Cidade de Artistas - O Rock Aqui é Rota Sul
Só os imbecis são felizes (Silas Correa Leite, in, Provocações, TV Cultura)

DECLAMAR POEMAS - Silas Correa Leite de Santa Itararé das Artes


Declamar Poemas

Não gosto de decorar poemas
Prefiro falar poemas com um livro na mão
O livro é meu instrumento musical.
(Solivan Brugnara)

Para Regina Benitez

Não fui feito para declamar poemas
Ter timbre, empostar a voz, tempo cênico
E ainda dar tom gutural em tristices letrais.

Não fui feito para decorar poemas
Malemal os crio e os pincho fora
Pro poema saber mesmo quem é que manda.

Não fui feito para teatralizar poemas
Mal os entalho e deixo que singrem
Horizontes nunca dantes naves/gados.

Não fui feito para perolizar poemas
Borboletas são pastos de pássaros
Assim os poemas que se caibam crusoés.

Não fui feito para ser dono de poemas
Eles que se toquem e se materializem
Peles de pedras permitem leituras lacrimais.

Não fui feito nem para fazer poemas
Por isso nem cheira e nem freud a olaria
Apenas uso estoque de presenças jugulares.

Não fui feito eu mesmo. Sou poema
Bípele, cervejólo, bebemoro noiteadeiros
Quando ovulo sou fio-terra em alma nau.
-0-
Silas Correa Leite, Itararé-SP
E-mail: poesilas@terra.com.br

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Michael Neverland Jackson (In Memoriam)




Poema (In Memoriam)

Michael “Neverland” Jackson

(Sampa 25.06.09)


“Você pode mudar o mundo/(Eu não
consigo sozinho)/Você pode tocar o
céu/(Vou precisar de ajuda)/Você é
o escolhido/(Vou precisar de um sinal)/
...E se todos chorassem hoje à noite?”

Cry (Michael Jackson/R. Kelly)




Michael Jackson era negro e queria ser branco (com sua cota ancestral de dor negra)
O que o vitimizou – como um estigma
Michael Jackson era pobre e queria ser rico (de posses infantis e desejos transversais)
O que o desconfigurou como um estorvo
Michael Jackson era homem e queria ser mulher (de alguma maneira que pudesse)
O que o adulterou - Narciso cego, Édipo manco
Michael Jackson queria ser judeu (mas era um Peter-Pan enjaulado em cantagonias)
O que o marcou como ser na identificação de.

Michael Jackson como um não-Ser num não-lugar
Cantava dançava compunha dirigia criava voava
Um quase preto homem-menina com desvios íntimos
Com fox-trot nos pés e nos quadris portentosos
E uma alma sempre criança mal-amadurecida
Na ultrajada inocência para fins midiáticos e lucrativos

Fugiu-se na música – as ousadas canções
Tinha ritmo frenético – em viagens sonoras
Sobreviveu feito ermitão – urbano entre brinquedos
O pop do alto ao chão – paranóia na vida-livro
Muito além dos píncaros da glória efêmera...

Agora não tem cor – Não há cor na morte
Agora não tem posses – Nada levamos daqui
Agora não tem sexo – A terra há de comer
Agora não tem vitiligo: pergunte ao pó

Para ter sua tão sonhada Neverland
Assim na terra como no céu em purgações
Cortaria os próprios pulsos com música
Melodia, harmonia, ritmo em vício-clip

Sem saber que do outro lado da vida-hollywood-presley
Não há hormônios - nem cirurgias
Não há espelhos – nem camarins

Talvez nalgum lugar entre o céu e o inferno da terra-mãe
Ele encontre finalmente paz – mas uma paz não humana
E então não tenha mais vergonha da cor
Não tenha nunca mais vergonha do rosto
Não tenha vergonha da origem ou do sexo

Porque seu espírito atribulado finalmente se refrigerará
Em estúdios muito além de suas tantas realidades paralelas
E dentro da morte – muito além do som do silêncio –
Ele novamente ensaiará os primeiros passos de si mesmo
Como num “Thriller”.

-0-

Silas Correa Leite – Santa Itararé das Letras, São Paulo, Brasil
E-mail:
poesilas@terra.com.br
Blogue premiado do uol:
www.portas-lapsos.zip.net
Autor de “O Homem Que Virou Cerveja”,
Crônicas Hilárias de Um Poeta Boêmio,
Prêmio Valdeck Almeida de Jesus, Salvador, Bahia, 2009, Giz Editorial, no prelo

sábado, 20 de junho de 2009

CAÇADOS (Letra de Rock Pesado)








CAÇADOS

Estamos sendo caçados
A bala perdida atrás do cidadão
O seqüestro-relâmpago
O câncer, a poluição
O diabetes
A hipertensão
Os juros bancários
O desemprego e o neoliberal neoescravismo da terceirização
O estado mínimo
É cínico
Estamos sendo caçados
Pelo leão do imposto de renda
Pela fome, pela inflação
Pelos cinco poderes amorais
Pela insensibilidade
Pela televisão
Pela justiça incapaz
Pelos políticos corruptos e ladrões de antros neoliberais
Somos o alvo, somos a caça
Do medo, do crédito, de todo mal
A miséria é um revólver quente
A ganância, a estupidez, o consumo imoral
A mentira e a hipocrisia nutrem a sociedade
A boca de fumo e a impunidade
O lucro impune do contrabando informal
As falsas ONGs de amigos do alheio
E o câncer inumano de um capitalismo sórdido e chacal


Morra
Ou
Corra


Você é uma caça em potencial


Da Nova Ordem Econômica Mundial


Cada um de nós é um enorme alvo se movendo
Com sua insensibilidade; e os próprios danos
Deveríamos usar um alarme no pescoço dizendo
-Não atirem em nós – Somos Seres Humanos!


-0-


Silas Correa Leite

Rock "Ninquém Quer Você" (Letra/Poema)




(Rock)
Ninguém Quer Você

Ninguém quer vc/-Então vc se pinta/Ninguém quer vc/Então vc bebe/Ninguém quer vc/Então vc fica nu/Ninguém quer vc/Então vc estuda/Ninguém quer vc/Então vc reza/Ninguém quer vc/Então vc rejeita/Ninguém quer vc/Então vc explode:/-E vira poeta, artista, cantor/E vira terrorista, roqueiro, enganador/E vira E.T., bicha, pintor/E vira prostituta, louco, doutor...


(refrão)


-Vá se vendo
Vai ser horrendo
E vá sobrevivendo
Vc não foge do que vc está sendo


(Está doendo?) -(bis)


-0-


Letra: Silas Correa Leite:
poesilas@terra.com.br
Música: Quem se habilita?.....................................

RESTOS DE NADA (ROCK PESADO) Letra/Poema




(ROCK PESADO)


Restos de Nada
Letra: Silas Correa Leite
poesilas@terra.com.br – Música:..

(Início) – Restos de Nada/Que restos de lixo são/Seres da encruzilhada/Pântanos na aberração/A vida é uma porrada/E é cada um por si/Somos todos restos de nada/Gente pancada que se ilude e ri (Refrão): Matar, Morrer/Cantar, Correr – Destruir todas as civilizações/Restos de Nada – Restos de Nada/Adeus aos sonhos cambada/Adeus às vergonhosas ilusões (bis) (1) Todo mundo está perdido/Ninguém vai mesmo se salvar/É líquido e certo e decidido/A vida vai evaporar/A sociedade é uma piada/Você nem é o que você quer/Somos todos Restos de nada/Salve-se quem puder (Refrão)

(2) Fumar, beber/Transar, apodrecer/Tudo pelo prazer vulgar/Que a fome vai detonar/Baby babe coma e dance/Que restos de vermes os seres são?/Pode ser que a morte seja a nossa única chance/A pior tragédia é a civilização (refrão)

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Rock & Poesia - Letras Lirics





Trombadinha é a fome! - Pichado num muro em Sampa


Quando o Rock and roll é pura Poesia
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"Feche seus olhos e eu beijarei você/Amanhã vou sentir sua falta/Lembre-se de que eu sempre serei verdadeiro/E enquanto eu estiver longe/Vou escrever para casa todos os dias/E mandarei todo o meu amor para você" ("All My Loving" The Beatles)

"Eu vou amar você até os céus pararem a chuva/Eu vou amar você até as estrelas cairem do céu/Para você e para mim"("Touch Me" Patti Smith)


"Ser seu destino/Foi tudo que eu persegui" ("Looking for You" Patti Smith)

"Oh, você não pode ver que você pertence a mim/Como meu coração dói a cada passo que você se dá"("Every Breath You Take", Police)

"Não seja cruel com um coração sincero"("Don't Be Cruel", Elvis Presley)

"Amo você mais do que a própria vida/Você significa muito para mim"(Wedding Song", Bob Dylan)

"Eu, eu serei o rei/E você, você será minha rainha/Nós podemos ser os heróis/Ao menos por um dia"("Heroes", David Bowie)

"Morrer a seu lado/É uma maneira divina de morrer"("There's a Light that Never Goes Out", Smiths)

"Nós vemos coisas que eles nunca vão ver/Você e eu vamos viver para sempre"("Live Forever", Oasis)

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I N É D I T O

"Flores de Metal" (Inédito de Renato Russo/1996 - Para Regina Rosseau)


(In Memoriam)

......................
"Quando você despertar, lembre-se que eu te amo/Lembre-se que a lua se afasta da terra a cada ano/Lembre-se que o mundo está de cabeça pra baixo(...)/Mas mesmo assim é impossível você errar/Quando você acordar, saiba que eu te amo/E fique por dentro do nosso tempo/Dê adeus ao chá
de estranho cogumelo/Senão, onde será que isso vai parar?/E aceite, que entre nós há um elo forte e belo/Quando você se ligar, entenda que te
amo/E dance comigo no ritmo de nossa música/Esta é a nossa estação única(...)/Vamos visitar as galáxias nascendo no universo/Vamos caçar o Hale Boop logo após o pôr-do-sol/Que será sempre eterno/E vamos atrasar todos os ponteiros do relógio(...)/E já não é sem tempo, entendo/Quando você levantar, lembre-se que eu estou ao seu lado/E me dê um abraço apertado/Nossa saga continua/Quero-a, então, toda nua(...)/Olhe para es-
sas flores/Já não têm mais cores/Elas enlouqueceram em sua ausência/E seu estado de letargia/As deixaram em agonia/São apenas Flores de Metal/Depois do seu suspiro final"
(Renato Russo - in, O Canto do Rouxinol, Livro de Poemas de Regina Rosseau dedicado ao Poeta Roqueiro Renato Russo)
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"Somos da geração do lirismo/Da geração dos cabeludos/Da geração das guitarras/Da geração que amava/Da geração que cantava a nossa inocência/A nossa impotência/Diante de tanta coisa suja/E que, de lambuja/Para deixar de ser besta/Levava porrada/Por isso alguns mudaram de nomeAlguns mudaram de estadoAlguns mudaram de sexo/Alguns mudaram de línguaAlguns mudaram sde mundo e nunca mais foram vistos/De vez em quando se escuta falar/Que tudo pode voltar/Que é só uma questão de tempo/Por favor, não - por Deus, não!/Mesmo que não seja por nós/Que seja pelos qua ainda estão cantando/E pelos que ainda virão cantando"
(Poeta e Compositor-Letrista Vitor Martins, para o Disco de Ivan Lins - Ao Vivo) -0-


Livro (Caetano Veloso)
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Tropeçavas nos astros desastrada
Quase não tínhamos livros em casa
E a cidade não tinha livraria

Mas os livros que em nossa vida entraram
São como a radiação de um corpo negro
Apontando para a expansão do Universo

Porque a frase, o conceito, o enredo, o verso
E, sem dúvida, sobretudo o verso
É o que pode lançar mundos no mundo

Tropeçavas nos astros desastrada
Sem saber que a ventura e a desventura
Dessa estrada que vai do nada ao nada
São livros e o luar contra a cultura

Os livros são objetos transcendentes
Mas podemos amá-los do amor táctil
Que votamos aos maços de cigarro
Domá-los, cultivá-los em aquários
Em estantes, gaiolas, em fogueiras
Ou lançá-los para fora das janelas
Talvez isso nos livre de lançarmos-nos
Ou - o que é muito pior - por odiarmo-los
Podemos simplesmente escrever um
Encher de vãs palavras muitas páginas
E de mais confusão as prateleiras.

-0-

(Caetano Veloso - do Disco/CD/Show de MPB Livro)



A solidão é como chuva
(Rilke)

As palavras são coisas
(Byron)
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Filhos da Pátria





Letra de Rock

FILHOS DA PÁTRIA


(Refrão)

Filhos da Pátria
Somos todos nós
Alguns magnatas
Outros sem voz
Filhos da Pátria
Tantos parasitas
Como dinossauros
Em tantas falsas conquistas (Bis)

01

Crianças morrendo de fome
Sem paz, sem pão, sem nome
O jovem atirado na gangue
Entre o tráfico e o sangue
Pobre abandonado sem lar
Outro sem terra pra plantar
E os velhos na rua do horror
Filhos da Pátria sem amor

02

A decadência total da justiça
Muita riqueza e pouco pão
Polícia para prender polícia
Professor sofrendo arrastão
Salário de mendigo, a ração
Políticas públicas falidas
A violência na banalização
Filhos da Pátria, becos sem saídas

(Para acabar)

Filhos da Pátria
Anjos caídos
Corruptos liberais
Políticos bandidos
Filhos da fome
Pátria mãe gentil
Rostos sem nome
A própria cara do Brasil (Bis)

-0-

Letra: Silas Corrêa Leite – E-mail: poesilas@terra.com.br

Rock dos Estereótipos





Rock dos Estereótipos


Nem todo poeta é pirado
Nem todo músico é vagabundo
Nem todo canibal é tapado
Nem todo gênio é dono do mundo
Nem todo negro é suspeito
Nem todo artista é pensador
Nem todo silicone é peito
Nem todo favelado é um terror
Nem todo paulista é rico
Nem todo playboy domina
Nem todo herói curte pico
Nem toda Miami é Cocaína


(refrão)
Ou vice-versa
Ou aquela ou essa
Se você cai nessa
Apodreça
Talvez você mereça


estereótipo, estereótipo.........................)
Quem cai na chuva é pra se queimar.....)
estereótipo, estereótipo.........................)
A chuva é ácida e sempre vai matar.......)BIS


Nem todo gordo é bonzinho
Nem todo liberal é ladrão
Nem todo Judas é sozinho
Nem todo comunista e pagão
Nem todo garçom é triste
Nem todo cronner é pinel
Nem todo burguês toma uísque
Nem toda Brasília é bordel
Nem todo Sampaulino é bambi
Nem todo preconceito é racial
Nem todo jegue júnior quer Sandy
Nem todo Rio de Janeiro é Carnaval
(refrão)

Letra: Silas Corrêa Leite

Lobos Fantasmas




(Rock) Lobos Fantasmas (Inédito, para ser musicado)

-Os lobos fantasmas moram embaixo do viaduto/E ali esperam a próxima vítima surgir/Um policial, um astronauta, uma freira, um puto/Qualquer carne sedentária e poluída feito carcaça vai servir/-Eles sobrevivem no subterrâneo da cidade/São a própria maldade clandestina excluída da maldade oficial/Se você for predado/Não fique preocupado/Você fará parte da matilha rebelde além da escória do capital/Os lobos são rejeitos da realidade/E se escondem nessa outra dimensão/São drogados, são roqueiros, são bichos da mais alienada verdade/É o próprio mundo sombra muito além do mundo cão/-Eles sobrevivem nessa realidade paralela/São a própria seqüela como resultado de um rejeição social/Se você for capturado/E morrer fique ligado/Você também será um lobo fantasma entre as malhas da subvida marginal...


Letra: Silas Correa leite poesilas@terra.com.br



Música: Quem se habilita

Letra de Rock (Poema Querendo ser Blues)



Letra de Rock (Poema Querendo ser Blues)


Você nunca presta atenção na letra da música que está tocando
Como você vai encarar a barra pesada de viver?
Você não sabe inglês mas vai grunhindo aqueles sons em bando
Como um pit-bul que se esqueceu de enlouquecer...

Você nunca pára mesmo no farol que logo vai se avermelhando
Isso quer dizer tanta coisa e você nunca sabe o que quer dizer
Pode ser você sendo usado ou até mesmo você se anulando
De você mesmo o que é que afinal um dia você vai se fazer?

Você nunca sabe da guerra com a qual foi se acostumando
Você é a bomba pronta para explodir e o seu prazo vencer
Você nunca é você mesmo e assim está só se deteriorando
Pela alienação que é uma droga do consumo em falso prazer

Você está de passagem e nem sabe que o cérebro vai fixando
Todos os campos de trigo com corvos estão aí pra você ver
Você nem entende direito a letra da música que está tocando
Então escrevi essa Letra de Rock pra você aprender a SER.

Silas Correa Leite (Poema da Série “Letras de Rocks”)